Militar recuperou funcionamento de rim e não precisa mais de transplante.
Ele é um dos quatro PMs que passaram mal em prova; soldados morreram.
Ele é um dos quatro PMs que passaram mal em prova; soldados morreram.
Internado há mais de 10 dias, melhorou o estado de saúde do tenente da
Polícia Militar que passou mal durante o Teste de Habilidade Específica
(THE) para a participação no Curso de Operações Policiais Especiais
(Copes), ocorrido em Lauro de Freitas, região metropolitana. A informação foi repassada pela Polícia Militar nesta sexta-feira (27).
De acordo com a PM, através da assessoria de comunicação, ele recuperou
o funcionamento do rim e, com isso, não precisa mais transplantar o
órgão. O G1 fez contato com a assessoria da unidade de
saúde, da rede particular, que informou não poder passar informações
sobre a saúde da vítima.
Quatro pessoas passaram mal na prova de 10 km de corrida, no dia 16 de dezembro, sendo que dois deles morreram - os soldados Manoel Reis Freitas, de 34 anos, e Luciano Fiuza de Santana, 29 anos. Ao todo, 67 policiais militares participaram da prova, realizada no quartel do Batalhão da Polícia de Choque.
Imagens divulgadas pela própria PM mostram algumas etapas do teste: alongamento, prova e atendimento a um dos PMs que morreu. Em entrevista ao G1, o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, informou que o curso foi suspenso por tempo indeterminado.
Soldado Manoel dos Reis Freitas passou mal e
recebeu atendimento em ambulância
(Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)Caso inédito, diz PM
recebeu atendimento em ambulância
(Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)Caso inédito, diz PM
"A previsão era de que a segunda fase tivesse início no de 3 [de
janeiro de 2014]. Por questão de precaução, suspendemos o curso. Desses
67 que fizeram a prova, somente quatro perderam. Infelizmente, foram
aqueles que passaram mal. Então, temos 63 aptos pra iniciar o curso e
dar continuidade, mas isso já está comprometido", afirmou.
O comandante voltou a afirmar que todos os policiais que participaram
da prova passaram por uma bateria de exames e estavam aptos a realizar o
teste. Segundo ele, nas seis edições já foram realizadas, nenhum
policial havia passado mal.
"Não esperávamos que isso acontecesse. O homem que foi para lá já foi
preparado. Teve um teste que antecedeu esse, em que eles tiveram que
fazer 4 km em uma média de 17 minutos. Dessa vez, ele ia percorrer 10 km
em 60 minutos. Não é um teste de quem chegar primeiro, é um teste de
condicionamento físico. Não é disputa. É uma tropa, todos correm
juntos", disse.
Alfredo Castro também falou sobre a "pressão psicológica" e destacou a
capacidade que os policiais devem ter para lidar com diferentes
situações. "Existem mecanismos, ensinamentos, que você tem que estar sob
pressão para dar resposta. Vou dar um exemplo. Em situações de refém,
temos o gerenciador de crise, que é o cara que vai para lá e fica
negociando. Se ele não tiver certo controle, comete coisas que não devem
ocorrer. Ele tem que ter o preparo necessário para responder a isso. O
policial que é do Comando de Operações Especiais tem que ser bom
atirador. Ele pode salvar vidas com um tiro.Não pode ser
psicológicamente uma pessoa mal preparada. A pressão psicológica talvez
faça parte do curso", explicou.
PM foi internado em hospital e morreu na terça-feira
(Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)Investigação
(Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)Investigação
O coronel Alfredo Castro afirmou que a previsão é de que o inquérito
seja encerrado em 40 dias. "Nós estamos trabalhando em todas as
vertentes. Primeira vertente da etapa, alguns procedimentos que foram
tomados, se houve negligência ou imprudência dos nossos coordenadores e
instrutores do curso. E a outra vertente é a causa da morte dos
policiais", pontua.
Principal suspeita
O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, disse que perícia vai averiguar se os quatro policiais militares tomaram alguma substância para melhorar o condicionamento físico. Barbosa disse ainda que será investigado se houve excessos no processo seletivo.
O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, disse que perícia vai averiguar se os quatro policiais militares tomaram alguma substância para melhorar o condicionamento físico. Barbosa disse ainda que será investigado se houve excessos no processo seletivo.
"A gente está investigando se foi algum excesso na seleção, porque, na
verdade, eles não estavam ainda no programa de treinamento, estavam se
habilitando para isso. Mas uma coisa nós sabemos: que para se
habilitarem a este tipo de atividade, eles precisam entregar alguns
exames médicos e estes exames comprovavam que tinham capacidade para
fazer aqueles exercícios. Estamos estudando e o resultado da perícia vai
ser fundamental para dizer se tomaram algum tipo de medicação, algum
tipo de substância para melhorar o condicionamento físico. Isto tudo vai
ser avaliado e depois disso vamos emitir parecer, e até, se for o caso,
a modificação na forma de ingresso destes policiais nas Forças
Especiais", disse Maurício Barbosa.
O Copes é um curso destinado a capacitar policiais às atividades de
operações especiais de alto risco. Segundo a Polícia Militar, "todo
candidato se inscreve voluntariamente e é obrigado por força de edital a
realizar uma bateria de exames médicos de ordem laboratorial e
cardíacos, e ainda apresentar atestado médico indicando estar apto para a
realização de testes de esforço físico".
Momento em que PMs recebem orientação (Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)
PMs correm juntos em prova realizada em Lauro de Freitas (Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)
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