Sem Legislativo: Poderes Judiciário e Executivo firmam pacto de combate à corrupção
Os
principais órgãos de atuação judicial do país assinaram, nesta
quarta-feira (25/3), um acordo de cooperação de combate à corrupção. A
ideia é tornar mais ágil a tramitação de processos judiciais e
administrativos relacionados à prática de ilícitos contra o patrimônio
público. A proposta envolve o Supremo Tribunal Federal; Conselho
Nacional de Justiça; Ministério da Justiça; Conselho Nacional do
Ministério Público; Advocacia-Geral da União; Controladoria-Geral da
União; e Ordem dos Advogados do Brasil. O pacto prevê a criação de
um grupo de trabalho voltado para a adoção de medidas de combate à
corrupção e composto por representantes de diversos órgãos dos poderes
Judiciário e Executivo. A parceria prevê ainda a participação de
entidades ou pessoas do setor público e privado, que atuem
profissionalmente em atividades relacionadas ao tema, por meio da
criação de um Fórum de Colaboradores. O relatório com os resultados do
trabalho deverá ser apresentado em 60 dias, prorrogáveis por igual
período, a contar da data de publicação do acordo. Além dos
esforços daqueles envolvidos no acordo de cooperação, o ministro Ricardo
Lewandowski, presidente do Supremo e do CNJ, observou que qualquer
medida de combate à corrupção deve envolver toda a sociedade. “A
corrupção, a confusão entre o público e o privado, infelizmente grassa
em nosso país há mais de 500 anos, desde o momento em que foram
estabelecidas as capitanias hereditárias”, disse. Em sua
avaliação, a Constituição de 1988 balizou o combate à corrupção ao
elencar os princípios da Administração Pública, como a moralidade,
publicidade e transparência. Entretanto, reconheceu que é preciso
avançar nas áreas jurisdicional, legislativa e administrativa. Nesse
sentido, lembrou a meta número 4 do Conselho Nacional de Justiça,
firmada entre magistrados de todo o país, para “dar cabo às ações de
improbidade e corrupção em nosso país”. Assinam o pacto de combate à corrupção (da esquerda para a
direita) Marcus Vinícius Furtado Coêlho (OAB); Rodrigo Janot (CNMP e
PGR); Ricardo Lewandowski (STF e CNJ); José Eduardo Cardozo (Ministério
da Justiça); Luís Inácio Adams (AGU); e Valdir Simão (CGU).Dorivan Marinho/SCO/STFO ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, minimizou a ausência de
representantes da Câmara dos Deputados e do Senado entre os signatários
do acordo. Ele ressaltou que os parlamentares terão a responsabilidade
de dar a “palavra final” sobre as propostas. “Vamos fazer um grupo
técnico para elaborar propostas e mandar para o Legislativo.
Eventualmente, na hora que se tiver maior consenso, vamos chamar o
Legislativo para fazer o terceiro pacto republicano”. O presidente
do CNMP e procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi veemente em
seu discurso ao condenar as práticas ilícitas. “A corrupção mata. É bom
que se reafirme isso. Mata fisicamente, quando o dinheiro destinado à
Saúde vai para um uso indevido. Mata o futuro dos nossos jovens, quando a
verba da Educação vai para aplicações ilícitas. Mata o anseio da
população brasileira quando esta vê andar lentamente a melhoria de suas
condições de vida”, elencou Janot. O presidente do Conselho
Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, disse que o combate à
corrupção deve envolver toda sociedade, mas respeitando o devido
processo legal. Ele cobrou mudanças consideradas urgentes. “Alterações
legislativas, uma nova cultura quanto aos modos de conduta, revisão do
sistema eleitoral brasileiro, e, especialmente, uma reforma política
democrática e efetiva”, disse. Para as crianças
Na ocasião, o ministro Ricardo Lewandowski anunciou uma parceria com os
Estúdios Maurício de Sousa para levar às crianças, através dos gibis da
Turma da Mônica, noções de atitudes éticas e corretas. O cartunista
Maurício de Souza afirmou estar honrado em colocar todos seus
personagens e os 200 desenhistas de seu estúdio à disposição da
proposta. “São sugestões que nós aprendemos com nossos pais, com nossos
avós, e eu penso que está na hora de resgatar muita coisa que nós
ouvimos e cultivamos. Poderemos ajudar bastante com nossa tecnologia e
nossa arte”, disse. Com informações das Assessorias de Imprensa do STF, OAB e da Agência Brasil. Clique aqui para ler o acordo.
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