Lei de 2012 permite que veículos antes usados por quadrilhas sejam utilizados por investigadores para que não percam valor ou virem sucata.
Toda vez que a polícia prende algum chefe de quadrilha, um traficante
muito procurado, os bens do bandido são apreendidos. Só que mesmo os
bens mais valiosos, como os carros de luxo, por exemplo, muitas vezes
acabam perdendo valor porque ficam em delegacias, ao relento, sem uso.
Em Goiás, a Justiça decidiu mudar essa história.
Um carro, avaliado em R$ 300 mil, vem sendo usado pela polícia de
Goiás. Há oito meses, ele pertencia a Marcelo Gomes de Oliveira. O homem
acusado de tráfico de drogas é foragido da Justiça. Outros dez
veículos, todos de luxo, que também pertenciam ao grupo do traficante,
agora estão à disposição dos investigadores.
Até pouco tempo atrás, os carros apreendidos no Brasil que pertenciam a
traficantes, geralmente tinham uma mesma destinação: ficavam anos e
anos parados nos pátios das delegacias, até que o processo e todos os
recursos fossem julgados pela Justiça. Demorava tanto que ao final de
tudo, os caarros já não serviam para mais nada.
A lei que mudou isso é de 2012. Para que o veículo não vire sucata, a
Justiça pode determinar que ele seja usado pela polícia. Desde a mudança
o juiz federal Alderico Rocha já destinou vários veículos para o
trabalho dos investigadores. Ele também mandou a leilão antes mesmo do
fim do processo mais de 500 automóveis.
“Além de agilizar, evitar a desvalorização desses bens, ela também
consiste na resposta mais imediata no combate à criminalidade”, afirma o
juiz federal Alderico Rocha.
Quem trabalha diretamente nas ruas, combatendo os traficantes, sabe que
o apoio dos juízes é essencial. “Apreensão de drogas por si só não
resolve o problema do tráfico de drogas no Brasil. No momento que você
age nos bens, nos patrimônios, no dinheiro, nas fazendas, nos veículos,
nas aeronaves destas organizações criminosas você abala o tráfico de
drogas”, afirma o deleagado Eduardo Prado.
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